quinta-feira, 24 de outubro de 2019

JANUÁRIO CICCO


Januário Cicco nasceu na cidade de São José de Mipibu, em 30 de abril de 1881. Era filho do italiano Vicente de Cicco e da norte-riograndense Ana de Albuquerque de Cicco. Veio para Natal ainda na adolescência, no final do século XIX. Posteriormente, iniciou o Curso de Humanidades na Paraíba, onde resolveu dedicar-se ao sacerdócio e ingressar no Seminário, abandonando-o, porém, um ano depois. Voltou a Natal e concluiu o curso secundário no Atheneu Norte-riograndense em 1899. Formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1906. Começou a atuar logo como clínico e cirurgião em Natal, com consultório na Rua das Virgens, na Ribeira. Casou-se com ISABEL SIMÕES, pernambucana, com quem teve uma única filha, Ivette Cicco. Em 1937, em um intervalo de um ano, morreram sua filha e esposa A partir de então, passou por um período de reclusão, dedicando-se exclusivamente ao trabalho.
Além de clínico geral, desempenhou funções na obstetrícia, atuando, também, como cirurgião. Fundou e dirigiu os dois primeiros estabelecimentos hospitalares de grande porte de Natal: O Hospital da Caridade Juvino Barreto, no monte Petrópolis (hoje Hospital Universitário Onofre Lopes), em 1909 e a Maternidade de Natal, iniciada em 1932 e inaugurada em 1950. No início da década de 40, a Maternidade estava pronta para funcionar, mas o esforço de Guerra, representado na Capital do Estado pela construção do Campo de Aviação de Parnamirim com uma base americana, fez com que a Maternidade fosse ocupada como Quartel General das Forças Aliadas e Hospital de Campanha. Com o final da II Guerra Mundial e após intensa campanha Januário Cicco conseguiu retomar o prédio, restaurá-lo e colocá-lo para funcionar, o que ocorreu somente em 1950.
Depois criou o primeiro serviço de Pronto-Socorro (1945), a Escola de Auxiliares de Enfermagem (1950) e o Centro de Estudos da Sociedade de Assistência Hospitalar, base onde foi idealizada a fundação da Faculdade de Medicina (1951). Acompanhou pessoalmente todas as etapas de construção dos referidos prédios. Sua contribuição científica inclui sua tese de doutoramento “O destino dos cadáveres” – que defendia a cremação como meio de higiene e profilaxia da superpovoação dos cemitérios -, uma monografia, “Como se higienizaria Natal”, e outras publicações, como: “Notas de um médico de província”, “Puericultura no ano de 1909”, “Abrigo Padre João Maria” e os romances “Eutanásia” e “Herança Mórbida”. Januário Cicco, faleceu em 01 de novembro de 1952, em Natal.
FONTE - NATAL DE ONTEM

JANUÁRIO CICCO


Formado em 1906 pela Faculdade de Medicina da Bahia, Januário Cicco retornou a Natal para instalar consultório na casa dos pais, na Rua Duque de Caxias, Ribeira. Até então, apenas dois médicos atendiam toda a população natalense - Segundo Wanderley e Afonso Barata - no velho hospital da cidade.
Num período de quatro décadas e meia, porém, o filho ilustre de São José do Mipibu, nascido em 30 de abril de 1881, iria construir uma obra social inestimável, no plano material e intelectual, como apóstolo devotado à profissão que tanto honrou e precursor dos avanços da Medicina na cidade que ainda não passava de um arraial.
Sua marca está em quase tudo que foi feito naquele tempo. Na fundação de um hospital em 1909 e de uma maternidade em 1950. Criou o primeiro Banco de Sangue e o Serviço de Pronto Socorro do Rio Grande do Norte, em 1945, e uma Escola de Auxiliar de Enfermagem em 1950. Já foi dito que o Centro de Estudos da Sociedade de Assistência Hospitalar, que ele criou em 1951, foi o embrião da Faculdade de Medicina do Rio Grande do Norte que um de seus diletos discípulos, Onofre Lopes, consolidou em 1955. De sua iniciativa originou-se também um sistema de proteção à maternidade e à infância.
Destacou-se não apenas como um visionário que soube fazer por onde materializar seus sonhos e projetos, todos voltados ao bem-comum, administrando com competência as instituições que ajudou a fundar, mas também como profissional médico, atendendo em várias especialidades: parteiro, clínico, cirurgião, oftalmologista, sanitarista, além de dentista. Foi ele o responsável pela primeira operação de cisto de ovário em Natal. “Era uma força da natureza despertada para o bem da coletividade”, na definição de Aluízio Alves. “Dele, pode-se dizer que morreu de sonhar. Deve dizer-se que tombou lutando”.
Coube a Januário Cicco convencer o governador Alberto Maranhão a adquirir uma casa de veraneio no Monte Petrópolis, em 1909, para adaptá-la ao funcionamento do Hospital de Caridade Juvino Barreto, que passou a se chamar, em 1936, Miguel Couto.
Além de acompanhar as obras de reforma do imóvel, Januário Cicco assumiu a direção do estabelecimento. A princípio, havia apenas 18 leitos divididos para os pacientes dos sexos masculinos e femininos, que eram atendidos, exclusivamente, por Januário Cicco.
Somente em 1917 foi nomeado o médico Otávio Varela como seu ajudante.
Para viabilizar o funcionamento do hospital, desburocratizando o processo de aquisição de gêneros alimentícios e medicamentos, o governador José Augusto aceitou a idéia de repassar a administração daquela unidade de saúde para uma entidade civil. A Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH), criada em 1927, tornou-se então o órgão mantenedor do Hospital de Caridade e, depois, da maternidade. O hospital foi crescendo, incorporando novos serviços e profissionais.
Em 1927, ao receber um terreno de doação do prefeito Omar O’Grady, Januário Cicco encampou a luta pela criação de uma maternidade, projeto que seria concretizado apenas em 1950, depois que o prédio, já quase pronto, foi requisitado pelo Ministério da Guerra, que o utilizou durante a Segunda Guerra Mundial como Hospital de Campanha. Se antes disso foi preciso mobilizar a sociedade natalense para a realização de festas, rifas e quermesses destinadas a angariar fundos para a obra, depois da devolução do prédio, ao fim do conflito bélicofoi preciso exigir indenização do governo federal para sua reforma. Mais uma vez estava ele, Januário Cicco, à frente dessa luta.
A inauguração da Maternidade de Natal foi um acontecimento social. O bispo de Natal, dom Marcolino Dantas, e Luis da Câmara Cascudo lideraram uma campanha para batizar a “Casa da Mãe Pobre”, como gostava de chamar seu fundador, com o nome de Januário Cicco. Ali nasceu, no dia 12 de fevereiro de 1950, o primeiro bebê, que recebeu o nome de Yvette. Uma homenagem à filha que Januário Cicco teve com a pernambucana Isabel Simões, ambas falecidas em 1937. Quinze anos depois, em 1º de novembro de 1952, falecia do coração o próprio Januário Cicco aos 71 anos.

Publicado em Nós, do RN..., suplemento do Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte, Ano II, nº 17, abril de 2006, pág. 13.

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